Cotas Sociais



Alguns meses atrás, assisti um debate entre os Deputados Federais Jair Bolsonaro (PP, naquela época) e Chico Alencar (PSOL). Aos 20:42 do vídeo o deputado do PSOL fala abertamente que defende a criação de cotas para homossexuais. Confira:



Depois disso, comecei pesquisar sobre os tipos cotas que são defendidas, são várias: cotas para índios, para mulheres e até para imigrantes refugiados. Se todas essas cotas entrarem em vigor, não vai ter espaço para quem não se enquadra em nenhum desses grupos.

Pensando nisso, escrevi um post onde falei sobre Cotas Para Mulheres. Achei que nesse caso, ninguém poderia dizer que sou indiferente à causa ou que sou machista uma vez que as três pessoas que mais amo são mulheres: minha filha, minha esposa e minha mãe.

Mas é um debate que não acaba e agora, o assunto é “Cota Social”. E nesse, quem discorda, também é taxado de todos os adjetivos mais negativos possíveis como “Pobrefóbico”.

Para entender porque eu sou contra, é necessário concordar que o ensino público de nosso país é de péssima qualidade.

Quase sempre, as escolas particulares são melhores mas nem todos tem condições de pagar. Já no ensino superior, a situação se inverte, normalmente as Universidades Públicas são melhores. Aí, os ricos, que estudaram nas melhores colégios, acabam pegando a grande maioria dessas vagas.

Se a gente pensar em como os impostos são cobrados em nosso país, percebemos que isso é um efeito Robin Hood ao contrário. Isso porque, nossa tributação é baseada no consumo e não na renda. Dessa forma, um pobre paga mais impostos proporcionalmente que um rico, ou seja, ele precisa usar uma parcela maior da sua renda para consumir arroz, feijão, carne, luz, água, etc. Portanto, eles acabam pagando muito para que os filhos de ricos estudem em Universidades Públicas.

É verdade que no Brasil, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) melhorou muito nos últimos anos. O problema é que este índice não considera o desempenho dos alunos em salas de aula (notas ou assiduidade). Ele toma como base apenas a alfabetização e o número de pessoas matriculadas.

No ranking do PISA, esse sim mede o desempenho dos alunos, ficamos entre os últimos a cada nova avaliação.

O que quero dizer é que se nosso ensino público fosse de qualidade, não estaríamos discutindo isso. Os pobres teriam condições iguais de disputar vagas em universidades públicas. Até porque, os ricos também estudariam em escolas públicas.

O governo brasileiro investe muito em educação, mas investe mal. Os gastos com ensino superior é três vezes maior que com ensino fundamental e médio juntos. Parece que querem que o aluno aprenda a estudar na faculdade.

Um detalhe importante é que, em todas as Universidades Públicas que frequentei, observei vários alunos com carrões do lado de fora das salas de aula. Bebendo, fumando maconha, e nada de estudar. Ocupando vagas de quem realmente queria estar lá. Comparo isso a uma pessoa que recebe Bolsa Família sem precisar.

Defendo a liberdade e não acho que um rico deve ser proibido de estudar em Universidades Públicas. No entanto, eles devem pagar para isso! E esse dinheiro arrecadado ser repassado aos candidatos com baixa renda melhores colocados em vestibulares em forma de vouchers, para eles usarem para estudar na Universidade Privada que desejar. O alcance seria bem maior!

Isso seria uma medida imediata mas provisória. O ensino público fundamental e médio tem que melhorar a ponto de isso não ser mais necessário.

Comentários